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01/04/2022

Codesa é a primeira Companhia Docas privatizada no Brasil

Codesa é a primeira Companhia Docas privatizada no Brasil

O fundo de investimentos Fip Shelf 119 Multiestratégia, gerido pela Quadra Capital, venceu o leilão de transferência de controle acionário da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) e assumirá a administração dos portos de Vitória e Barra do Riacho. O certame, realizado nesta quarta-feira (30), na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), teve dois ofertantes. Ao todo foram dados 41 lances, com ofertas iniciais de R$ 1.000 pelo fundo da Quadra e de R$ 100.000 pelo consórcio Beira Mar, formado por Vinci Partners e pela Serveng. O vencedor ofereceu lance final de R$ 106 milhões, ante R$ 101 milhões do segundo colocado.

O Ministério da Infraestrutura estima que sejam investidos aproximadamente R$ 850 milhões a partir do leilão da Codesa, sendo R$ 334,8 milhões para ampliações previstas no contrato de concessão dos portos de Vitória e de Barra do Riacho, que terá o prazo de 35 anos. O futuro concessário assumiu o compromisso de adquirir por R$ 326 milhões as ações da companhia, além de pagar R$ 186 milhões em 25 outorgas anuais e investir R$ 855 milhões no prazo de 35 anos. A modelagem foi estruturada pela Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES).

O modelo prevê que os portos sigam como ativos da União, porém incluídos em um contrato de concessão junto à autoridade portuária privatizada. A modelagem preserva a titularidade do patrimônio público e as prerrogativas do Ministério da Infraestrutura em relação ao planejamento portuário de longo prazo, com perspectivas de aportes privados para a modernização do complexo portuário, além de estabelecer um novo modelo de governança e práticas de mercado na gestão de contratos junto a terminais, armadores e demais usuários.

O Ministério da Infraestrutura informou que o arrendatário deverá aportar, num primeiro momento, R$ 55 milhões na recuperação estrutural de todo o complexo portuário, R$ 34 milhões na recuperação dos berços dos terminais Peiú e de São Torquato e mais de R$ 270 milhões na modernização do canal de acesso. Também estão previstos R$ 10 milhões como contrapartida na reforma de armazéns e em melhorias urbanas no acesso ao porto.

O ministério estima que a movimentação de cargas do Porto de Vitória dobre, passando dos atuais 7 milhões de toneladas para 14 milhões de toneladas por ano. Para Barra do Riacho, há a possibilidade de exploração de novas áreas. De acordo com a pasta, 522.000 metros quadrados, de um total de 860.000 m², são greenfield. A desestatização também impede demissões do atual quadro de funcionários sem justa causa por 12 meses e a apresentação de um programa de desligamento voluntário a ser custeado por até 10% das ações vendidas pela União (cerca de R$ 32,6 milhões).

Fonte: Portos e Navios